17 de nov. de 2010

O que É um Cristão?

por John Piper


O que significa ser um cristão? Charles Hodge, um dos grandes teólogos reformados do século XIX, achou a resposta neste texto: “É ser constrangido por um senso do amor de nosso divino Senhor, de tal modo que Lhe consagramos nossa vida”.


Ser um cristão não significa apenas crer, de coração, que Cristo morreu por nós. Significa “ser constrangido” pelo amor demonstrado nesse ato. A verdade nos pressiona. Ela força e se apropria; impele e controla. A verdade nos cerca, não nos deixando fugir. Ela nos prende em gozo.


Como a verdade faz isso? Paulo disse que o amor de Cristo o constrangia por causa de um julgamento que ele fazia a respeito da morte: “Julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram”. Paulo se tornou cristão não somente por meio da decisão com base no fato de que Cristo morreu pelos pecadores, mas também por meio do sábio discernimento de que a morte de Cristo foi também a morte de todos aqueles em favor dos quais Ele morreu.


Em outras palavras, tornar-se um cristão é chegar a crer não somente que Cristo morreu por seu povo, mas também que todo o seu povo morreu quando Ele morreu. Tornar-se um cristão é, primeiramente, fazer esta pergunta: estou convencido de que Cristo morreu por mim e de que eu morri nEle? Estou pronto a morrer, a fim de viver no poder do amor dEle e para a demonstração da sua glória. Em segundo lugar, tornar-se um cristão significa responder sim, de coração.


O amor de Cristo nos constrange a responder sim. Sentimos tanto amor fluindo da morte de Cristo para nós, que descobrimos nossa morte na morte dEle — nossa morte para todas as lealdades rivais. Somos tão dominados (“constrangidos”) pelo amor de Cristo, que o mundo desaparece, como que diante de olhos mortos. O futuro abre um amplo campo de amor.


Um cristão é uma pessoa que vive sob o constrangimento do amor de Cristo. O cristianismo não é meramente crer num conjunto de doutrinas a respeito do amor de Cristo. É uma experiência de ser constrangido por esse amor — passado, presente, futuro.


Entretanto, esse constrangimento surge de um juízo que fazemos sobre a morte de Cristo: “Quando Ele morreu, eu morri”. É um julgamento profundo. “Assim como o pecado de Adão foi, legal e eficazmente, o pecado de toda a raça, assim também a morte de Cristo foi, legal e eficazmente, a morte de seu povo.” Visto que nossa morte já aconteceu, não temos mais condenação (Rm 8.1-3). Isto é a essência do amor de Cristo por nós. Por meio de sua morte imerecida, Cristo morreu nossa morte bem merecida e abriu o seu futuro como o nosso futuro.


Portanto, o juízo que fazemos sobre a sua morte resulta em sermos constrangidos pelo amor dEle. Veja como Charles Hodge expressou isso: “Um cristão é alguém que reconhece a Jesus como o Cristo, o Filho do Deus vivo, como Deus manifestado em carne, que nos amou e morreu por nossa redenção. É também uma pessoa afetada por um senso do amor deste Deus encarnado, a ponto de ser constrangida a fazer da vontade de Cristo a norma de sua obediência e da glória de Cristo o grande alvo em favor do qual ela vive”.


Como não viver por Aquele que morreu nossa morte, para que vivamos por sua vida? Ser um cristão é ser constrangido pelo amor de Cristo.

12 de jul. de 2010

Deus, o que Te faz sorrir?

“O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e te conceda graça.” (Nm.6:25)
“Faze o Teu rosto resplandecer sobre teu servo, e ensina-me os Teus decretos.” (Sl.119:135)


Deus, como posso arrancar um sorriso de sua face?? O que Te faz sorrir??
Sabe às vezes colocamos Deus tão distante de nós, pensamos que Ele está sempre em seu alto e sublime trono com um martelo em Suas mãos pronto a nos julgar, condenar e castigar. Por muitos anos eu mesma o vi assim, não conseguia enxergá-lo próximo... não conseguia entender como Deus, o Todo Poderoso, poderia desejar se relacionar comigo de maneira tão íntima. Nunca imaginei viver o que hoje tenho vivido com Ele e sei que ainda tem muito mais... uma das coisas que tenho aprendido é que Ele é uma pessoa que adora fazer surpresas...hehe... e como adora, né não Paizão??!!

Ele está me quebrando, quebrando minhas resistências,quebrando meus pré-conceitos... e me fazendo descobrir que Ele é mais humano do que eu possa imaginar.

Não, Ele não um Deus ranzinha e de cara fechada, que vive irado, que muitos dizem por ai... É um Deus de ordem e decência, claro, e que nos corrige, exorta, mas também consola. E hoje o que tenho descoberto é que nós podemos fazê-LO sorrir. Podemos contemplar o Seu sorriso, que lindo isso né?!

Não existe uma técnica ou regra para isso, mas podemos nos espelhar na vida de um irmão nosso, além de Jesus é claro, Noé.
Noé agradou a Deus, e este é o primeiro propósito de nossas vidas – agradá-LO.
(Ef. 5:10)
Na época de Noé todos estavam moralmente arruinados, as pessoas viviam para seu próprio prazer, e não para o de Deus. Mas houve um homem que não se corrompeu com o sistema do mundo, e ele com certeza fez Deus sorrir.(Gn.6:8)
Analisando sua vida, pude notar algumas atitudes que com certeza alegraram a DEUS e O fizeram sorrir.
A verdade é que Noé amava a Deus mais que qualquer coisa no mundo. Eles tinham um relacionamento. Noé não priorizava nada mais nada menos do que o Senhor e isso O agradou. O mesmo Deus deseja de nossa parte, que O conheçamos e usemos nosso tempo para ficar ao Seu lado.
Amar a Deus acima de tudo e de todos deve ser nosso maior objetivo, este é o maior mandamento.
( Mt.22:37,38)
Outra coisa é que Noé confiou plenamente em Deus, mesmo quando isso não fazia sentido. (HB. 9:7)
Não fazia nenhum sentido primeiro porque naquela época jamais havia chovido. Segundo porque como ele faria para reunir todos os animais e como cuidaria deles? Mas Noé não murmurou, não deu desculpas, mas confiou em Deus.
Confiar significa crer. Quando confio, estou dizendo a Deus que acredito que Ele sabe o que é melhor para minha vida. (OBS.: ainda não alcancei tal confiança, estou exercitando minha fé e um dia, quem sabe serei aprovada)
Noé demorou 120 anos para construir a arca, e com certeza ele enfrentou dias desanimadores. Imagino Noé olhando para os lados, para o céu e nenhum sinal de tempestade. Quantas criticas ele não deve ter enfrentado né?! Mesmo assim ele não parou, continuou andando atrás de madeiras, pregos... sei lá o q ele usou para construir a arca, mas o importante é que ele prosseguiu confiando em Deus. Confiar é também um ato de adoração. Confiar deixa Deus feliz.
Obediência é outro ponto notório na vida de Noé. Ele obedeceu completamente, não tentou negociar com Deus para ver se Ele mudava de ideia, não deixou de seguir nenhuma instrução.

Por muitas vezes eu deixei de obedecer a Deus plenamente. Lembro-me de inúmeras situações em que disse: “Vou orar mais a respeito”- sabe, tenho percebido que todas as vezes que tenho essa atitude, na verdade, estou tentando negociar para ver Ele não muda de idéia, e isso ao invés de fazê-Lo sorrir deve fazê-Lo chorar.
Uma vez ouvi que obediência atrasada é na verdade desobediência – frase corretíssima esta. Frequentemente tentamos obedecer ao Senhor parcialmente, muitas vezes escolhemos quais ordens vamos obedecer, tipo:
“Vou á igreja, mas não vou dar o dizimo.”
“Vou ler a bíblia, mas não perdoarei meus ofensores.”
Correto é também dizer que obedecer parcialmente nada mais é do que desobediência.
A decisão pela obediência é uma decisão pela adoração a Deus. E isso o faz sorrir.

Ahh... eu poderia continuar elencando um monte de outros aspectos que nos serviriam de exemplos para arrancar um sorrisão do nosso Pai, mas o convívio diário com Ele nos levará a mais descobertas...além do mais a prática é muito melhor do que teoria, né mesmo?...
Quero finalizar apenas compartilhando mais algumas breves palavras de como Ele tem se revelado a mim.
Deus tem me convencido de que ele não é indiferente ás áreas de minha vida. Ele se atenta a nós. (Sl.37:23)
Quando olho para meus pais consigo ver claramente que eles não exigem que eu seja perfeita ou madura para me amar. Vejo que eles me apreciam em todos meus estágios de desenvolvimento. Assim também é Deus, Ele nos ama independentemente de nossos defeitos, pecados. Ele sabe que somos imperfeitos.
E o que O faz sorrir não é o número de vezes que acertamos. O que o faz sorrir é a atitude do nosso coração.

“Deus não leva em conta os pecados dos seres humanos, e por meio de Cristo, Ele nos faz seus amigos.” (II Co.5:10)

O que Ele procura são pessoas dispostas a viver para o SEU prazer.

“Lá do céu o Senhor olha para os filhos dos homens, para ver se tem alguém que tenha entendimento, alguém que busque a Deus.”

2 de fev. de 2010

As Riquezas Infinitas de Cristo

de João Calvino

Sem o evangelho

tudo é inútil e vão;

sem o evangelho

não somos cristãos;

sem o evangelho

toda riqueza é pobreza;
toda sabedoria, loucura diante de Deus;
toda força, fraqueza;
e toda a justiça humana jaz sob a condenação de Deus.

Mas pelo conhecimento do evangelho somos feitos

filhos de Deus,
irmãos de Jesus Cristo,
compatriotas dos santos,
cidadãos do Reino do Céu,
herdeiros de Deus com Jesus Cristo, por meio de quem

os pobres são enriquecidos;
os fracos, fortalecidos;
os néscios, feitos sábios;
os pecadores, justificados;
os solitários, confortados;
os duvidosos, assegurados;
e os escravos, libertados.

O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê. Assim, tudo o que poderíamos pensar ou desejar deve ser achado somente neste mesmo Jesus Cristo.


Pois ele foi

vendido para nos comprar de volta;
preso para nos libertar;
condenado para nos absolver.

Ele foi

feito maldição para nossa bênção;
ofertado pelo pecado para nossa justificação;
desfigurado para nos tornar belos;

Ele morreu pela nossa vida para que, por seu intermédio,

o furor converta-se em mansidão;
a ira seja apaziguada;
as trevas tornem-se luz;
o temor, reafirmação;
o desprezo seja desprezado;
o débito, cancelado;
o labor, aliviado;
a tristeza convertida em júbilo;
a desdita, em felicidade;
as emboscadas sejam reveladas;
os ataques, atacados;
a violência, rechaçada;
o combate, combatido;
a guerra, guerreada;
a vingança, vingada;
o tormento, atormentado;
o abismo, tragado pelo abismo;
o inferno, trespassado;
a morte, assassinada;
a mortalidade convertida em imortalidade.

Resumindo,

a misericórdia tragou toda a miséria;
e a bondade, toda a infelicidade.

Porque todas essas coisas, que deveriam ser as armas do mal na batalha contra nós, e o aguilhão da morte a nos trespassar, transformam-se em provações que podemos converter em nosso benefício.

Se podemos exultar com o apóstolo, dizendo, Ó inferno, onde está a tua vitória? Ó morte, onde está o teu aguilhão? É porque, pelo Espírito de Cristo prometido aos eleitos, já não somos nós quem vive, mas é Cristo quem vive em nós; e, pelo mesmo Espírito, estamos assentados entre aqueles que estão no céu, de modo que, para nós, o mundo já não conta, mesmo que ainda coexistamos nele; mas em tudo estamos contentados, independentemente de país, lugar, condição, vestimentas, alimento e todas essas coisas.

E, portanto,

somos consolados na tribulação,
nos alegramos no infortúnio,
glorificamos quando vituperados,
temos abundância na pobreza,
somos aquecidos na nudez,
pacientes entre os maus,
vivos na morte.

Eis, em síntese, o que deveríamos buscar em toda a Escritura: conhecer verdadeiramente Jesus Cristo e as riquezas infinitas compreendidas nele, as quais nos são ofertadas nele por Deus, o Pai.

Texto de João Calvino

2 de jan. de 2010

Oferecendo o meu MELHOR

Faz algum tempo que Deus começou a me incomodar sobre algumas atitudes minhas diante de Suas coisas... Quanto estava sendo displicente em relação a tudo que dizia respeito ao Reino do Senhor. Diante disso, resolvi compartilhar para que sirva de incentivo, a oferecermos o nosso melhor àquele que já nos deu o Seu melhor – JESUS.

Tudo começou quando recebi uma apostila a qual fui instruída que deveria ler um capítulo por mês. Mas quando peguei tal apostila coloquei-a num cantinho em meu quarto. Sempre a via lá... Até que dei uma foliada, mas ler mesmo nada.
Um dia, me sentindo ociosa, entrei em meu quarto e comecei a procurar algo para preencher o meu tempo. De repente meu olhar fixou-se na “bendita” apostila,
e imediatamente, veio-me a seguinte pergunta:
- Porque você não começa a lê-la? Hiiiii..........na hora me deu uma preguiça!! Mas senti que Deus estava me chamando e resolvi obedecer.
Logo no início da leitura, Ele me interrompeu e perguntou-me:
“— Você está me honrando?”

Respondi: “- Sim, estou! Creio que foi o Senhor que me conduziu a começar esta leitura.”
“- Não falo apenas disso, mas pergunto se você me honra em todas as coisas que você faz?”
Não tive resposta... Por alguns longos minutos ficamos os dois calados...Ele esperando (a) minha resposta e, eu sem saber o que dizer.
Até que repentinamente, Ele mesmo respondeu por mim. “-Não, você não tem me honrado! —Você não tem me dado o seu melhor!

Bom, esta história não termina aqui. Mas o que realmente quero enfatizar é o que Deus tem me ensinado a partir dela. Sabe, percebi que por muito tempo da minha vida andei fazendo coisas mais ou menos. E não falo apenas em relação ao reino, mas também de minha vida secular. Opsss!!! ... Isso foi uma das primeiras coisas que Deus teve que me ensinar – não existem duas vidas. Não temos uma vida secular e outra espiritual.
Entendi que TUDO é para louvor, honra e glória D’Ele. Meus estudos, projetos, meu anoitecer e amanhecer, minha casa... Enfim, tudo que penso ser meu, na verdade foi feito por Ele e para Ele. (Cl 1:16-17)
Não sou dessas pessoas que ao chegar o fim do ano começa a pensar na vida, nos erros cometidos, e a fazer promessas para o próximo ano. Traçar metas, fazer projetos de vida são importantes, mas não trazem nenhuma mudança se não nos posicionarmos em Cristo. Penso que não devemos repensar nossas atitudes somente em datas que nos motivam a isso, mas devemos nos perguntar todos os dias: - “Estou honrando a Deus?” ou “Este é o melhor que posso fazer?”.

Deus deixou muito claro em Sua Palavra que tudo o que formos fazer, façamos como se fosse para Ele. O Senhor não nomeou algumas coisas, simplesmente disse: TUDO. Então...quando vou trabalhar, estudar, por exemplo, devo fazer o melhor, devo me doar, empenhar, ficar alegre e ter um coração grato...porque é para Deus que faço e não para homens.
Entendi então, o porquê Ele me disse que eu não O estava honrando. Sabe, não dei a mínima para aquela apostila, era somente algo a mais para ler. Faria isso um dia... quem sabe???
Não compreendia que isso era uma desonra ao Senhor e não somente a Ele como também aos irmãos que ofertaram seu tempo e dinheiro na preparação dela. Há muito Deus tem nos chamando viver o Seu novo, mas não viveremos a plenitude deste novo tempo enquanto não deixarmos de ser mornos. Sim... MORNO... Esta é a palavra... Ser e fazer coisas mais ou menos, nada mais é do que ser morno e sabemos que este Ele irá vomitar.
Pode ser que alguém diga que estou sendo exagerada, que as coisas não são bem assim. Então paremos para pensar um pouco: A Bíblia diz que devemos ser imitadores de Cristo, não é verdade??!!
E o que Ele fez?? Tão somente ofereceu o Seu melhor por uma multidão de pecadores – Sua vida.
E nós??
Será que o que temos oferecido é o nosso melhor tempo, nossa melhor adoração?? Será que temos nos empenhado para verdadeiramente obedecer aos Seus mandamentos??
Será que Ele é o nosso Maior AMOR??? ...Ou será que temos dado só migalhas para o nosso Rei?
Não quero ser legalista e estas perguntas são feitas primeiramente a mim mesma. Quero apenas me motivar e também a todos que lerem este post a voltar, voltar a prioriza – LO e honra– LO com o melhor que pudermos.

Penso que Aquele nos deu TUDO, também merece o nosso Tudo.