16 de mar. de 2011

Construindo as formas





Creio que todos nós em algum momento de nossa vida, já tentamos superar um mau hábito. Primeiro decidimos abandoná-lo, depois nos esforçamos ao máximo e, então, começamos a pensar que o problema está resolvido. Quando de repente ele aparece de novo juntamente com um sentimento de fracasso.
Nos últimos dias tenho meditado a respeito do que o Apóstolo Paulo disse em gálatas 5.16.

“Andai no Espírito, e jamais satisfareis à concupiscência da carne.”

Há uma batalha sendo travada aqui – uma guerra entre “carne” e “espírito”. É a mesma guerra que se inicia dentro de nós quando tentamos superar um mau hábito e não conseguimos. É o conflito que sempre ocorre dentro de nós quando tentamos realizar algo e falhamos.
Deus tem me ensinado que nessa batalha entre carne e espírito, preciso saber o que devo fazer e o que não posso fazer.  Uma ilustração para o que estou tentando explicar são os mandamentos. Tentamos com toda nossa força obedecê-los, às vezes conseguimos por um período, mas em algum momento acabamos falhando.
Por quê? -Porque tentamos sozinhos. Nos esquecemos de algo fundamental – devemos obedecer os mandamentos de Deus, mas de nós mesmos não podemos.E isso é válido para TODOS os maus hábitos presentes em nossas vidas. Devemos superá-los, mas somos incapazes.

Pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele”. (Filipenses 2.13)

Nosso desenvolvimento é fruto de uma operação conjunta entre nós e o Senhor. Qualquer mudança que deva ocorrer em nosso interior deverá ser operada por DEUS e não por nós.
Somos apenas construtores... você deve estar pensando: “Construtores de quê?”
Pensemos por alguns instantes em formas de bolo. Para que servem? Elas dão formato e dimensão à massa e depois que ela se consolida, podemos retirar a forma, pois sua função já foi cumprida.
Por exemplo, se estamos sem paciência com alguém qual é nossa atitude de combate a tal sentimento?
No meu caso diria: “Tenho que ter paciência”... Tenho...
Já bati muito nesta tecla e até hoje não obtive resultado. Então nas ultimas semanas o que o Espírito Santo tem me ensinado é que devo preparar as formas com o formato de paciência (atenção, gesto de bondade, oração). Não é preciso me esforçar para deixar de ser impaciente, devo apenas me revestir de paciência – ato externo.

A preparação da forma é nossa função; simplesmente preparamos a formas na qual DEUS derramará a sua obra permanente.

Toda forma antes de receber a massa deve ser untada para que o bolo saia perfeito. Podemos considerar este passo como sendo a “fé”.

Mas fé em quê? Fé em que a forma será utilizada. No exemplo, ela é a certeza que o encarregado (DEUS) trará a massa. Ninguém unta uma forma de bolo se não for para usá-la não é mesmo?! Seria um esforço desnecessário. Também desnecessário é nosso esforço ao nos revestirmos das formas de paciência, amor, mansidão sem crer que Deus a encherá com a massa divina.

Se prepararmos as formas, tendo fé de que Deus as encherá, o Senhor substituirá os desejos maus de nossa carne pelo fruto do Espírito. Este é o trabalho de cooperação. Nós realizamos a parte exterior (forma), que é temporária; Ele faz a obra interior, que é permanente. Depois de tudo pronto, o que fica é resultado do trabalho Divino.

Mas... Não podemos nos esquecer que o “bolo” não estará pronto até ser levado ao forno. E forno nos fala de fogo. Sim, passaremos pelo fogo... Faz parte do processo, sentiremos dor, choraremos... Mas ao final nos alegraremos ao ver o resultado.

Quando me refiro a “construir formas”, não quero dizer que devemos agir como hipócritas, fingindo ser alguém que não somos. O Senhor nos conhece plenamente e não é hipocrisia demonstrar amor quando de fato desejamos que este ato seja verdade dentro de nós.

Creio que nossa atitude deve ser reconhecer e confessar a Deus nossa disposição de deixar-lo edificar em nós sua obra.

Não precisamos estar dominados por nossos desejos e sentimentos. Quem anda pela fé não é governado por sentimentos.
Nosso papel não é suprimir nem abafar sentimentos, entendo que devemos controlar a expressão exterior, ao submetê-los a Deus.

Não importa o tempo que demoraremos a construir as formas - “O Deus da paz nos santifica em tudo... Fiel é o que nos chama, o qual também o fará.” 
(I Ts.5.23,24)